Agressividade na Infância: como lidar

Dicas de como lidar com uma criança agressiva

Empurrar, agarrar e até mesmo bater um pouco é normal quando as crianças se reúnem. Na maioria das vezes não é nada para se preocupar. Há poucas feridas; as brigas são logo esquecidas.Porém, é preciso observar até que ponto esse comportamento pode chegar. Saiba mais em:Comportamento e Desenvolvimento Infantil 3 anos

Muitos pais e mães convivem com crianças que fazem birra quando não querem sair de um local onde estão se divertindo, quando querem algum brinquedo ou por qualquer outra situação. Mas o que acontece quando essa chamada birra ultrapassa todos os limites de tempo, de intensidade e agressividade? Essa criança pode ter Transtorno de Oposição Desafiante.

Transtorno desafiador opositivo

O transtorno desafiador opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativo, desafiante e desobediente com frequência direcionado contra figuras de autoridade.

As crianças com transtorno desafiador opositivo são teimosas, difíceis, desobedientes e irritáveis, sem ser fisicamente agressivas e sem de fato violar os direitos alheios. O transtorno desafiador opositivo é, às vezes, considerado uma apresentação mais branda do transtorno de conduta. Contudo, os dois transtornos têm diferenças distintas. As crianças com transtorno de conduta parecem não ter uma consciência e, diferentemente das crianças com transtorno desafiador opositivo, elas violam os direitos de terceiros repetidamente, às vezes sem nenhum sinal de irritação.

Sintomas de transtorno desafiador opositivo

Os sintomas do transtorno desafiador opositivo costumam ter início no período entre a pré-escola e o ensino médio.

Comportamentos característicos dessas crianças incluem:

  • Discutir com adultos

  • Perder a calma fácil e frequentemente

  • Desafiar ativamente regras e instruções

  • Importunar outras pessoas deliberadamente

  • Culpar terceiros por seus próprios erros

  • Ficar com raiva, ressentido e ser facilmente perturbado

  • Ser cruel e vindicativo

Essas crianças sabem a diferença entre o certo e o errado e sentem-se culpadas quando fazem algo de gravemente censurável. Muitas delas não têm habilidades sociais.

Segundo Luísa Sugaya, psiquiatra da infância e adolescência e doutoranda pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, “esse é um transtorno psiquiátrico que costuma se iniciar na infância, com um padrão frequente e persistente, de humor irritável, comportamento desafiador e vingativo. Na prática, são crianças que se irritam com facilidade, com episódios de birra frequentes e intensos, e diante de frustrações costumam se descontrolar, choram, gritam, quebram objetos, batem portas e apresentam comportamento agressivo”.  Mas essas não são as únicas características. Elas também, frequentemente, desobedecem, se recusam a seguir os comandos, questionam, enfrentam figuras de autoridade, como pais e professores, apresentam comportamentos provocativos que incomodam outras crianças ou quem está ao seu redor ``, diz Luisa. 

Comportamento agressivo na pré-escola

Algumas crianças pequenas e em idade pré-escolar, no entanto, entram em brigas repetidamente e de maneira crescente. Para elas, a agressão se torna sua principal abordagem para lidar com quase toda situação. Elas não são valentonas; na verdade, às vezes elas entram em brigas impossíveis com crianças que são muito maiores e mais velhas do que elas. Como crianças pequenas e em idade pré-escolar, seus sistemas nervosos em desenvolvimento parecem não deixá-las controlar seus impulsos tanto quanto seus companheiros de idade fazem. Com os outros, é mais uma questão de sua necessidade de aprender e praticar habilidades sociais. Para saber mais sobre o assunto, leia também:Escolhendo uma boa pré-escola

Como a agressão funciona

Em outras áreas de suas vidas, a agressividade é muitas vezes recompensada. Uma criança que fura a fila para descer no escorregador no parquinho provavelmente escorregou mais vezes. Aquele que age assim na pré-escola provavelmente terá atenção extra por parte do professor. Do ponto de vista de uma criança, a diferença entre assertividade e agressão pode não ser clara.

Distinguindo os sinais de uma criança agressiva

A melhor maneira de lidar com uma criança excessivamente agressiva é prevenir o comportamento em primeiro lugar. Muitas dessas crianças mostram um padrão claro para seu comportamento. Podem ser agressivos só em casa ou apenas em público. Uma criança pode ser muito mais propensa a ser agressiva à tarde, quando ela está cansada, ou quando ela está se sentindo frustrada. Essa parte do padrão a ajudar a estar mais bem preparada para intervir.

Além disso, crianças mais agressivas nesta faixa etária passam por uma sequência consistente de comportamentos antes de atacarem com um soco ou um chute. Algumas podem apertar os dentes e olhar fixamente. Outras podem balançar para frente e para trás.

Ajudando seu filho

Depois de ter determinado os gatilhos mais comuns ou o tempo, e poder detectar os comportamentos que aumentam a agressividade, a coisa mais simples a fazer é remover a criança do ambiente. Uma estrutura melhor também parece ajudar essas crianças. Com a estrutura vem a previsibilidade, o que as ajuda a se sentirem mais calmas e no controle. Apesar de parecer tentador no início, bater em uma criança agressiva por seu comportamento não funciona. Na verdade, provavelmente piorará a situação, uma vez que você está repetindo o próprio comportamento que você quer que ela pare.

Meninas contra meninos

Apesar de meninos agressivos receberem mais atenção, meninas entram em brigas também. Sua agressividade pode ser mais verbal, mesmo nessa idade. Também pode ser física, mas menos óbvia do que socos e chutes de um menino. Assim como os meninos, meninas agressivas precisam de ajuda para aprender melhores habilidades sociais e resolução de problemas.

Poderia ser uma depressão?

Finalmente, lembre-se que a agressão é, por vezes, um sinal de depressão em crianças pequenas. Se o seu filho parece estranhamente agressivo e não responde a seus esforços para mudar as coisas, fale com o seu profissional de saúde sobre o que está acontecendo. Quanto mais cedo você agir, mais fácil será para você e seu filho.

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Resumo

Muitos pais e mães convivem com crianças que fazem birra quando não querem sair de um local onde estão se divertindo, quando querem algum brinquedo ou por qualquer outra situação. Mas o que acontece quando essa chamada birra ultrapassa todos os limites de tempo, de intensidade e agressividade?

Fontes

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